"As amizades transpõem montanhas, distâncias impensáveis. Não aparecem: semeiam-se, crescem, cuidam-se. Um dia a flor será a mais bela na tua vida!" (Vinicius Homem)
Pois é, amigos, há já muito tempo
que não vos escrevo. Tem sido uma grande falha minha, eu sei (mea culpa, mea
culpa)!
Posso dizer-vos que, ao longo
destes cinco meses, muita coisa tem acontecido, e quero partilhar convosco tudo
o que se tem passado, o bom e o mau.
Contudo, não vou começar desde
maio para cá, mas sim de Outubro para Maio. E como tem sido tanta coisa, vou
dividindo as coisas. Hoje partilho convosco um último acontecimento.
Como me dei conta, a última vez
que escrevi foi de revolta. Revolta por causa da morte, da morte que esteve diretamente
ligada a uma pessoa fantástica.
Já não é a primeira vez que vos
falo da Marine, autora do livro “Cancro com Humor”. Pois é, até ao fim-de-semana
passado, eramos “conhecidos” virtuais. Quando estive em tratamentos, pelo Natal
do ano passado, ofereceram-me dois exemplares do seu livro: um foi o amigo
André Silva e outro, os amigos Convivas de Viseu.
Depois de devorar o livro numa
tarde, tomei coragem e contactei a Marine, pelo amigo Facebook. Prontamente
recebi uma mensagem carinhosa dela. Deu-me palavras de conforto, coragem e
muita energia para seguir em frente. Então, desde aí, fomos falando, caminhando
lado a lado. Mas ela nunca imaginou a força que me deu, a garra que me ajudou a
lutar contra o Cancro. Antes de ler o livro, pensava que era um irresponsável,
que levava tudo na brincadeira, que não estava a ser serio com a doença que
tinha. Eu brincava com tudo e mais alguma coisa. Mas sentia-me único, sozinho.
Contudo deparei-me com uma louca( e atenção, para mim a loucura é uma boa característica)
que olhava para o que se tinha passado com ela e enfrentado todas as coisas com
um pouco de “irresponsabilidade” (ou não!).
Era meu desejo conhecer a Marine,
puder conversar com ela cara-a-cara, dizer-lhe o quanto me tinha ajudado. E,
este fim-de-semana, a Marine veio fazer uma tertúlia a Mangualde. Mal vi que
ela cá vinha, mandei-lhe logo uma mensagem. Queria muito conhecê-la
pessoalmente. E eis que aconteceu. Fui a Mangualde ter com a Marine.
Bem, que vos posso dizer?
Simplesmente que fracassei. Não lhe consegui dizer o quão agradecido lhe estou
por tudo. E sabem porquê? Porque foi como se nos conhecêssemos há muito tempo.
Estivemos na conversa, num enorme à vontade, falamos de doença, de vida, de
religião, de tanta coisa em apenas meia hora. Foi um encontro fantástico. A
Marine é uma pessoa fantástica, super divertida, extrovertida, sempre com um
sorriso na cara (apesar de estar cansada, de ter tanto para fazer). Meia hora
bastou para ter certezas daquilo tudo que eu já esperava. Bem, eu parecia uma
criança quando conhece um dos seus ídolos: tremia, a barriga parecia que se
colava às costas, as palavras saíam umas por cima das outras… Mas a fantástica
Marine pôs-me logo à vontade e tudo isso passou. Vim de Mangualde com o coração
cheio, super feliz.
Marine, prometi-te umas
palavrinhas, e estas são especialmente para ti:

E isto só comprova que há Estórias
no meio da História!
P.S. – O próximo relato não
tardará a chegar!